O Autódromo do Estoril é também um palco histórico do motociclismo e o Estoril Classics trará à pista portuguesa algumas máquinas que marcaram o mundo das duas rodas, o que só por si já vale uma visita ao evento do início de Outubro.
O mais antigo autódromo português foi o cenário do Grande Prémio de Portugal de motociclismo, a contar para o Campeonato Mundial, entre 2000 e 2012.
Uma das provas mais emblemáticas foi a de 2006, quando Toni Elias bateu Valentino Rossi pela vitória apenas por 0,002s, a menor diferença da era MotoGP, o que custou o título ao italiano, então ao serviço da Yamaha.
A visão dos dois pilotos a cruzarem a linha meta lado a lado e sem que a olho nu fosse possível distinguir o vencedor ainda perdura na memória dos adeptos de motociclismo e esta recordação será, seguramente, revivida durante Estoril Classics quanto as mais de cinquenta motos de competição se fizerem à pista para realizarem voltas de demonstração perante as mais de trinta mil pessoas que se esperam no evento.
A máquina mais antiga será uma Linto 500 GP de 1968. A moto italiana foi concebida por Lino Tonti, o consagrado engenheiro transalpino que concebeu inúmeras motos de competição durante os anos 1960 e 1970.
O modelo, cujo um dos seus exemplares estará no Autódromo do Estoril, permitiu a Alberto Pagani vencer pela primeira vez no Campeonato do Mundo de Motociclismo, no Grande Prémio da Nações, realizado em Imola, de 1969.
A moto mais recente será a Suzuki GSX-R 750 que venceu este ano o Manx Grand Prix pelas mãos do consagrado Michael Dunlop.
O piloto britânico é o segundo mais bem-sucedido no tortuoso circuito da Ilha Man, com vinte e cinco vitórias, uma a menos que o seu tio, Joey Dunlop, tendo em 2023 triunfado na prova composta por seis corridas de quatro voltas ao traçado de 60,7 quilómetros.
Entre os anos relativos a estas duas máquinas são muitas as motos que só por si constituem uma motivação para uma visita ao Autódromo do Estoril entre os dias 6 e 8 de Outubro para as poder ver no paddock e a evoluir em pista.
Uma das que centrará mais atenções será seguramente a Suzuki GSX 750 R de 1999. Esta moto venceu as famosas 24 Horas de Liége de 1999, realizadas no majestoso Spa-Francorchamps, uma prova do Campeonato do Mundo FIM de Endurance. A máquina japonesa ostentava as cores do Team Shell Portugal e aos seus comandos estiveram os franceses Bruno Bonhuil e Michel Graziano e o português Telmo Pereira, sendo, portanto, um ícone do motociclismo do nosso país.
Do Campeonato do Mundo de Superbikes vem a fabulosa Ducati Panigale Aruba F18 com que Marco Melandri participou na temporada de 2018. O italiano conquistou dois triunfos, na Austrália, tendo terminado no quinto lugar da competição de pilotos.
Da Suzuki e da Yamaha vêm quatro motos icónicas do Campeonato do Mundo de Motociclismo de 500cc.
A marca de Hamamatsu terá no Estoril Classics uma 500 RG MK1 de 1976 e uma 500 RGV XR75 de 1989. A primeira foi pilotada por Giacomo Agostini, aquele que é considerado o melhor piloto de motociclismo de todos os tempos.
A Suzuki 500 RGV XR75 foi usada por Kevin Schwantz ao longo da temporada de 1989, durante a qual foi o piloto que mais Grandes Prémios venceu. Apenas os abandonos impediram o americano de lutar pelo título, acabando em quarto lugar atrás de Eddie Lawson, o Campeão, em Honda, Wayne Rainey e Christian Sarron, ambos em Yamaha.
O construtor de Iwata terá no Autódromo do Estoril uma 500 Akai 0W53 de 1981 e uma 500 YZR 0WF2 de 1993.
A máquina do início dos anos 1980 esteve nas mãos do celebrado piloto Barry Sheen, bicampeão mundial de 500cc, e considerado o ‘James Hunt das motos’, dado o seu estilo vida, sendo grande amigo do Campeão Mundial de Fórmula 1 de 1976. Aos comandos desta Yamaha, o inglês venceu o Grande Prémio da Suécia, ficando no quarto posto do Campeonato do Mundo de Pilotos de 500cc de 1981.
A Yamaha 500 YZR 0WF2 promove memórias antagónicas aos adeptos de motociclismo, uma vez que terminou com a carreira de Wayne Rainey. O americano parecia ser capaz de revalidar o seu quarto título mundial, com quatro vitórias, mas no Grande Prémio de Itália de 1993 sofreu uma queda que o deixou paraplégico, nunca mais conseguindo voltar a andar. Ainda assim, foi Vice-Campeão Mundial.
A ‘cereja em cima do bolo’ será a KTM RC16 MotoGP que permitiu a Miguel Oliveira vencer o Grande Prémio da Catalunha de 2021. A moto austríaca estará em exibição no paddock e durante os três dias do evento será explicada a sua concepção e tecnologia.
Estas são apenas algumas das motos mais emblemáticas que marcarão presença no Autódromo do Estoril nos dias 6, 7 e 8 de Outubro, que criarão uma deriva de interesse entre os adeptos das duas rodas, que não deixarão de marcar presença no Estoril Classics.
Ao longo dos três dias serão ainda feitas apresentações da história e das especificações técnicas de cada uma das motos, o que permite aos fãs mais ávidos conhecerem todos os segredos das fantásticas máquinas que fizeram história nas pistas mundiais.
Os bilhetes para o paddock estão já à venda (no website oficial do Estoril Classics, na BoL, e também fisicamente na FNAC, Worten, El Corte Inglês e CTT Correios) e alguns estão já à beira de esgotar, sendo cada vez mais claro que o número de mais de trinta mil pessoas que estiveram na edição de 2022 será ultrapassado
O acesso à bancada A é gratuito ao passo que a entrada no paddock terá o custo de 20 euros na sexta-feira e 30 euros nos restantes dias, ou 50 euros para todo o evento, podendo os seus titulares ver as máquinas e as equipas de perto, para além de todas as actividades, incluindo “Pitstop Village”.
HORÁRIO
SEXTA-FEIRA (6 OUTUBRO)
10:45-11:45 Apresentações & Warm Ups
15:55-16:15 Demonstração em pista
SÁBADO (7 OUTUBRO)
10:30-11:30 Apresentações & Warm Ups
12:30-12:50 Demonstração em pista
-15:00-16:00 Apresentações & Warm Ups
DOMINGO (8 OUTUBRO)
10:00-11:00 Apresentações & Warm Ups
11:45-12:05 Demonstração em pista
15:00-16:00 Apresentações & Warm Ups
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